Aviação agrícola brasileira completa 71 anos

Atualmente são cerca de 2,1 mil aeronaves e mais de quatro mil profissionais entre pilotos, técnicos agrícolas e engenheiros agrônomos trabalhando diretamente no setor

O Dia Nacional da Aviação Agrícola comemorado em 19 de agosto marca também os 71 anos do setor no Brasil. Surgida em 1947, em Pelotas/RS, pela iniciativa do piloto Clóvis Candiota e do engenheiro agrônomo Leôncio Fontelles, como resposta a uma praga de gafanhotos que estava dizimando as lavouras do município e levando os agricultores ao desespero, a aviação agrícola brasileira é hoje a segunda maior e uma das melhores do mundo. São cerca de 2,1 mil aeronaves, segundo levantamento junto ao Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB) da ANAC e mais de quatro mil profissionais entre pilotos, técnicos agrícolas e engenheiros agrônomos trabalhando diretamente no setor. Fundamental para lavouras estratégicas, como soja, cana-de-açúcar, milho, arroz, cítricos e outras, a aviação é a única ferramenta para o trato de lavouras com regulamentação específica e, por isso mesmo, altamente fiscalizável. Além dos trabalhos de pulverização de produtos químicos ou biológicos e da semeadura e aplicação de fertilizantes, a aviação atua forte no trato de florestas, combate a incêndios florestais, povoamento de rios e lagos e, em diversos outros países, também no combate a mosquitos. Além do quadro de pessoal especializado, para operar, cada empresa precisa contar com pátio de descontaminação (onde as aeronaves são lavadas e eventuais resíduos vão para um sistema de tratamento). E cada aplicação gera um relatório com informações dos profissionais, produto, condições meteorológicas, mapa do DGPS do avião (com a localização da área aplicada e como foi cada sobrevoo, indicando até o ponto onde o sistema de pulverização foi aberto e fechado), entre outros dados. Esses relatórios são enviados mensalmente ao Ministério da Agricultura e têm uma cópia na empresa, à disposição e qualquer fiscalização. E, mais do que isso, apesar de todas as obrigações que já tem expressa em lei, a aviação agrícola brasileira é a única no mundo que tem um selo de qualidade operacional e ambiental, que é de adesão voluntária, mas já abrange mais de 60% das empresas do setor. Trata-se do programa Certificação Aeroagrícola Sustentável (CAS), que é apoiado pelo Sindag e coordenado por três universidades públicas: as federais de Lavras (UFLA) e de Uberlândia (UFU), em Minas Gerais, e a Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), em Botucatu/SP.

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